
Na manhã desta terça-feira, 12/04, a 6ª edição do Agenda Campinas foi realizada e contou com palestra do pesquisador futurista Gui Rangel, uma das vozes mais influentes na área de inovação. O tema abordado foi "Transformações pós-pandemia e o protagonismo humano" em um mundo VUCA (em português volátil, incerto, complexo e ambíguo) e transmitido pelo site do evento, com tradução simultânea em libras e presença de autoridades do estado de São Paulo e de Campinas.
O Copresidente do Grupo EP, André Coutinho Nogueira, iniciou o evento com destaque ao propósito da escolha do tema de mudanças no contexto pós-pandemia e o aprendizado que o período pandêmico trouxe para o desenvolvimento de tecnologia. Nogueira destacou a importância da realização do Agenda SP: "É uma maneira de estar próximo às cidades que realizamos os eventos para trazer mais democracia e imprensa livre."
O palestrante Gui Rangel, nomeado pela Thinkers360 como uma das 50 vozes mais influentes na áreas de realidade virtual e aumentada e fundador da fintech Portfy, explicou que ser um futurista não é prever o futuro, mas sim construir mudanças no presente que possam concretizar o protagonismo humano para trazer melhoras nos próximos anos: "Temos uma dificuldade de nos simpatizarmos com o nosso eu do futuro, que consegue se beneficiar com o presente para sermos importantes como seres humanos mesmo com o desenvolvimento de tecnologias", disse o pesquisador.
Para superar os desafios no contexto pós-pandêmico, o profissional destacou a importância de desenhar futuros desejáveis, o que as pessoas querem que aconteçam e criar ações que possam estar na realidade. Junto a esse contexto, Rangel afirmou que o mundo VUCA está cada vez mais complexo e que a realidade foi profundamente transformada pelos acontecimentos recentes: "Estamos vivendo uma era de transformações exponenciais". Dentre os exemplos presentes nessa mudança mostrados pelo especialista estão a inteligência artificial, impressora 3D, realidade virtual e mais recursos que já conhecemos hoje, como a tecnologia presente nos smartphones. Os aplicativos possuem mais de 15 trilhões de operações por segundo", disse.
"O futuro chegou, ele só está mal distribuído", disse Rangel, e acrescentou: "Cada um pensa o futuro de uma forma, alguns em carros voadores, inteligência artificial e outros é saneamento básico e água potável disponível para todos". Por isso, o especialista relevou a sustentabilidade como elemento principal do futuro, o "fazer cada vez mais com menos recursos".
Nesse contexto, Gui Rangel apresentou conceitos e explicações de como a Inteligência Artificial funciona e as funções humanas que a tecnologia realiza, como a escrita de textos, atendimento ao consumidor, realizar diagnóstico, dentre outras, que podem causar uma substituição da mão de obra humana pelo artifício. "Aquilo que é previsível do humano será substituído pela Inteligência Artificial e o grande desafio é agregar mais seres humanos e menos máquinas", afirmou o palestrante. Uma solução para o futuro, segundo o pesquisador, é capacitar as pessoas para serem mais criativas e as máquinas têm que estimular a criação de novas habilidades em vez de tornar os seres humanos obsoletos.
Rangel também relatou a importância dos dados em aumentar a possibilidade de gerar valor das informações pessoais de cada usuário da tecnologia: "90% dos dados produzidos pelos seres humanos foram feitos nos últimos dois anos", contou, e completa que essa informação reflete as transformações profundas e rápidas dos últimos anos. "Os dados carregam potencial transformador, trazem eficiência para um mundo mais sustentável", segundo o especialista.
Autoridades presentes no evento
O Governador do estado de São Paulo, Rodrigo Garcia, esteve presente no Agenda Campinas e disse que o Brasil é um país desigual e, por isso, há desafios, que ficaram mais nítidos devido à crise causada pelo novo coronavírus e serão enfrentados no contexto pós-pandemia. Além disso, Rodrigo Garcia ressaltou a importância dos programas sociais oferecidos pelo Governo do Estado de São Paulo e a relevância dos debates do evento: "O Agenda é fundamental para que os governos possam se posicionar em relação às suas ações", disse Garcia.


